Em um contexto urbano, a AYAHUASCA caracteriza-se como uma “Infusão vegetal psicoativa” da Amazônia, preparada por cocção – ou decocção – das cascas e caules do cipó BANISTERIOPSIS CAAPI (conhecido por nomes como “Jagube”, “mariri, “caapi, “huni”) junto com outras plantas componentes.
A maioria das formulações de Ayahuasca utiliza uma das espécies do cipó banisteriopsis – tendo duas principais variações, o Tucunacá e o Caupuri, com inúmeras sinonímias, como ourinho pajezinho, quebrador, associado às folhas do arbusto Psichotria Viridis (conhecida como “Chacrona”, “Rainha”, “Kawa”) no preparo da ayahuasca..
Estima-se que sejam utilizadas 98 espécies de 39 famílias de plantas como complementos à Ayahuasca conforme a especificidade do preparo.
A tradição indígena conhece outras variedades de cipó além das duas principais citadas anteriormente. Para os Huni kuin, existem diversas espécies de cipó utilizados do preparo da beberagem HUNI PAE. A partir de relatos e explicações foi compilado aproximadamente 11 espécies diferentes, as quais serão listadas abaixo com algumas informações recebidas sobre elas. Percebe-se que um dos critérios principais de diferenciação dos cipós ( os quais muitas vezes na floresta a olho nu são muito similares) são as modalidades de “miração” que cada uma proporciona:
BACAHUNI: Cipó do Peixe, teria surgido da “perna” de Yube Inu na história de surgimento do Huni. Foi descrito como possuindo as visões, “mirações” igual a “lua cheia”, delicadas, “clarinhas”, vindo luz clara.
NIHUNI: Cipó da Floresta, mirações vêm claras em alguns momentos, e em outros “fecham”. Como seu nome sentencia, ele é “da floresta”, portanto “vai te limpar, não tem jeito não”.
SHAWÃHUNI: Cipó arara. Suas mirações são fortes e longas, e costumam ser alaranjadas, vermelhas, com cor de sangue. Segundo relato sobre este cipó “tá limpando vendo sangue, limpando”.
SHANEHUNI: Cipó do “pássaro azulão”. Dentro das mirações, a cor predominante é o “roxo”.
PATIHUNI: É um arbusto com florzinhas bonitas. Suas mirações são cor de roda, cor do arco-iris (cores variadas)
TUCUHUNI: Variedade de cipó conhecido por ter seu efeito “mais forte” que os demais. É delicado e difícil de encontrar, localizando-se mais longe dentro da floresta. Em cada “palma” possui um nó, e parece ser o conhecido como caupuri em outros contextos.
BANAHUNI: Quando não é nativo, e sim de cultivo, possui mirações fortes com cores diversificadas, porém com pouca duração (passa rápido).
KEYAHUNI: Não existe mais, ficou na história.
BASAHUNI: é citado em músicas, mas não existe relatos a cerca do mesmo.
SHANKAHUNI: também é outro tipo de cipó citado em músicas, mas não existe relatos a cerca do mesmo.
DUNU WANÃ ISSUM: foi citado em uma das entrevistas.
Texto de Camila Silva Ribeiro.
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