Será que você vive em negação?
Quase todo mundo já enfrentou situações desconfortáveis ou traumáticas. Para se proteger contra a sobrecarga de emoções causada por elas, as pessoas fazem de tudo para esquecer memórias e lutar contra sentimentos. É assim que entram em negação.
Esse estado de rejeição da realidade tende a ser reconfortante. É fácil nos aconchegarmos nele e vivermos assim, sem aceitar o presente ou as condições extenuantes do trauma. Entretanto, o confortável nem sempre é o mais correto, especialmente quando o assunto é emoções.

Os efeitos da negação na saúde mental
A negação é um mecanismo de defesa da mente humana para afastar assuntos muito complicados ou esconder verdades chocantes.
É uma maneira de protegermos o nosso estado emocional para que emoções muito negativas não nos consumam. Essa decisão é quase sempre tomada inconscientemente.
Ela é associada principalmente com pessoas em situação de dependência. No entanto, todos nós podemos cair em negação ocasionalmente.
Eventos desagradáveis como divórcio, demissão, morte, término de relacionamento, diagnóstico de uma doença ou qualquer situação de perda podem despertar esse instinto de proteção da saúde mental.
Entretanto, negar a realidade, acontecimentos, comportamentos ou sentimentos não ajuda, de fato, a manter a saúde da nossa mente.
A negação cria uma fachada de ilusões confortáveis que nos afasta da verdade. À medida que a alimentamos, ela se fortalece e se consolida em nossas mentes.
Dessa forma, vivemos acreditando em uma mentira muito bem fabricada, deixando de ouvir conselhos sábios e interpretar eventos reais da forma como realmente são. Retomar o contato com a realidade no futuro pode causar ainda mais problemas emocionais.
Um exemplo comum é quando o relacionamento acaba e uma das pessoas entra em negação. Ela não consegue aceitar o fim da relação, independente de quanto tempo passe.
Mesmo quando a outra pessoa inicia um novo relacionamento, fica irritada ou entristecida. Faz de tudo para reatar o laço com ela, incapaz de deixá-la partir e seguir adiante com a própria vida.
O sofrimento autoimposto durante o período de negação pode causar ansiedade, estresse, isolamento, tristeza e, ainda, deixar uma sensação amarga de que o acontecimento nunca foi administrado da forma correta.